Paracelso, um grande Mestre, reduzia os sinais essenciais da magia a dois pantáculos soberanos; as Estrelas do Macrocosmo e do Microcosmo, mas conhecidos sob os nomes de Pentagrama e de Sela de Salomão. “Existem (diz Paracelso) dois pantáculos principais, que superam todos os outros caracteres, selos e hieróglifos. “Imaginai dois triângulos entrecruzados, de tal modo que seu espaço interior seja dividido em sete frações, e que os seis ângulos se projetem para fora. Nesses seis ângulos, inscreve-se, na ordem conveniente, as seis letras do nome divino ADONAI. Isso quanto ao primeiro pantáculo. – O outro o ultrapassa de muito; suas virtudes e sua surpreendente eficácia lhe valem um lugar mais sublime. Ele se compõe da seguinte maneira: três ângulos ou ganchos se entrecruzam e se entrelaça; o espaço inteiro fica assim dividido em seis partes, e cinco ângulos se projetam para fora. Nesses cinco ângulos, traça-se e divide-se, na ordem desejada, as cinco sílabas do mui ilustre e eminente nome divino TE-TRA-GRAM-MA-TON. “Os cabalistas e os nigromantes judeus conseguiram muita coisa pela virtude desses dois caracteres. Por isso, mais de um deles dá-lhes a maior importância e os conserva cuidadosamente em segredo”. E Stanislas de Guaita lembra “que a estrela luminosa do Macrocosmos é o símbolo absoluto do dogma universal de Hermes: Quod superius sicut est quod inferiu, et vice-versa; ao passo que a estrela flamejante do Microcosmos (...) constitui o perfeito emblema do mistério que é corolário do grande Arcano divino e humano: Inconsciente e Vontade; Queda e Reintegração; Provação er Beatitude; Deus fazendo-se homem, para que o Homem, por sua vez, se faça Deus; a Morte física, enfim, motivo discordante que preludia o concerto da Vida eterno... “O que explica um pouco a virtude maravilhosa que adquirem esses pantáculos na mão de um adepto, é que, sendo a expressão, desde tempos imemoriais, do domínio que o Mago exerce sobre os Espíritos elementares e sofre outras raças ainda dos Reinos do Invisível, tais caracteres constituem como que sinais convencionais do mestre encarnado as eus servidores do além. Diversamente eficazes, de acordo com o modo de emprego e a vontade do magista, o aspecto desses diagramas pode levar o entusiasmo, ou o terror, ou o amor, entre as falanges turbulentas do Astral; sobretudo quando o experimentador tomou o cuidado de “precipitar a imagem” na segunda atmosfera: seja confundido, sobre o altar dos perfumes, o pergaminho onde esses sinais foram traçados (não com tinta, mas com as substâncias requeridas); seja realizando o esboço ígneo desses pantáculos, por meio da máquina de Holts (ou de uma forte bobina de indução), sofre uma placa de vidro pontuada de finos recortes metálicos, que a chispa alcança pulando de um para outro. O instrumento em uso para esse efeito lembra o quando mágico ou o quadrado fulminante de nossos laboratórios. A estrela do Macrocosmos eletriza-se assim permanentemente, para que brilhe com a majestade calma da Ordem universal, de que é o emblema; - a estrela microcósmica, pelo contrário, deve fulgurar por bruscas intermitências, como o relâmpago de Elohim ou o verbo devorador de Miguel: tanto, ela é eletrizada às sacudidelas. Ignescust signa deorum, diziam os antigos adepto... O homem livre é um Deus, eclipsado pelas trevas do corpo; mas quando a sua vontade fulgora no exterior, os Espíritos elementares obedecem tremendo... “Por outro lado, Paracelso, apesar de sua predileção pelos dois sinais que são como que a síntese radical dos outros, não os negligenciava, sobretudo em matéria de medicina oculta. Seus sete livros do Arquidexe mágico apresentam uma interminável série de caracteres, quase ininteligíveis à primeira vista, e que só podem ser decifrados à força de paciência e sob a condição de conhecer bem a vivacidade da inteligência desse homem estranho e os caprichos de sua abreviações. Cada um desse pantácuos constitui um amuleto, para preservar ou curar desta ou daquela doença. Trata-se de um sinal, ao mesmo tempo de direção e de apoio, onde como numa cidadela inexpugnável às inteligências profanas, ele inclui determinada volição curativa, circunscrita e dinamizada por sua correspondência com os influxos atróficos de virtude similar, que o signo resume, abreviados, em sua concisão monogramática. “O arcano do qual depende a eficácia dos pantáculos, amuletos e talismãs não é outro. “Tomemos como exemplo uma medalha talismânica do sol. Nesse caso, a influência celeste é duplamente invocada: de modo passivo, pela escolha do ouro, como metal que corresponde ao sol e receptivo de seus raios ocultos; de modo ativo, pela oposição das figuras astrólogicas que o operador burila. O pensamento do magista inscreve-se nele através da escolha e disposição dos caracter; sua vontade sigilo diretamente o metal mediante o esforço material da gravura, que ele próprio deve executar. Enfim, as duas Potências geradores do talismã – influxo astral e vontade humana – celebram sua união secreta na cerimônia da consagração, efetuada pelo magista, na hora astrológica requerida, com a ajuda dos elementos e dos gênios planetários invocados.” Quase sempre, o fabricante do talismã, do amuleto ou do pantáculo não é o primeiro inventos; nesse caso, para conseguir um resultado eficaz, é preciso que o pensamento e a vontade do invento (já ligados ao hieróglifo astral), passem a agir, relacionados pela intenção e a vontade conformes do magista que, tirando de um antigo modelo um exemplar novo, consagra esse último para o sue uso. A forma Se o talismã age por si mesmo, o pantáculo coloca em jogo influências cósmicas. De acordo com L. Chochod (Oceultisme et Magie en Extreme Orient) Ocultismo e magia no Extremo-Oriente, a forma mais satisfatória usada em magia talismânica continua a ser o círculo. Tanto o mágico, como o feiticeiro, como o monge védico põem-se ao abrigo de um círculo travado ao redor do altar ou do centro das invocações; notemos, a esse propósito, que nessa busca de uma proteção ritual encontramos o simbolismo da tríplice cercadura, visível em tantos contos (mais particularmente na da Bela adormecida, no qual a floresta isolada do resto do mundo a princesa que vai acordar). Ritualmente, a floresta abriga do mundo profano o taumaturgo.
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