sábado, 25 de setembro de 2010

Exorcismo

Nas culturas egípcia, babilônica, assíria e judaica, atribuíam-se certas doenças e calamidades naturais à ação dos demônios. Para afastá-los, recorria-se a algum esconjuro ou exorcismo. A cultura ocidental recebeu essas idéias através da Bíblia e do cristianismo primitivo.

No cristianismo, exorcismo (do grego exorkismós, "ato de fazer jurar", pelo latim exorcismu) é a cerimônia que visa esconjurar os espíritos maus, forçando-os a deixar os corpos possessos ou dominar sua influência sobre pessoas, objetos, situações ou lugares. Quando objetiva a expulsão de demônios, chama-se Exorcismo Solene e deve fazer-se de acordo com fórmulas consagradas, que incluem aspersão de água benta, imposição das mãos, conjurações, sinais da cruz, recitação de orações, salmos, cânticos, etc. Além disso, o ritual católico do exorcismo pode ser executado por sacerdotes somente quando são expressamente autorizados por bispos.

Possessões

Possessão é o estado ou condição em que o corpo e (ou) a mente de um indivíduo são supostamente possuídos ou dominados por uma entidade (um ser, força, ou divindade) que lhes é externa, ou que não se manifesta habitualmente nas atividades da vida diária.

A possessão, considerada como experiência de natureza psicológica e social, pode ser verificada individual ou coletivamente, e ter caráter inesperado, ou estar submetida a algum tipo de controle ritual; em diversas sociedades e culturas, figura como episódio ou experiência central da vida religiosa. Podemos dividir, genericamente, as formas de possessão em quatro categorias.

Encosto

O espírito fica próximo à pessoa, mas a influência é pequena. Neste caso, banhos de água e sal ou orações como o Pai-Nosso ou o Credo, afastam este espírito inferior. Geralmente estes espíritos são de pessoas que desencarnaram e pertencem à família do possuído.

Espírito opressivo

O espírito tem a capacidade de "vampirizar" a energia do indivíduo. Os efeitos são sentidos como um cansaço ou vontade de chorar que podem cessar de um momento para outro. Indica-se neste caso, que se utilize um saquinho de cor vermelha, sempre junto ao corpo para neutralizar a presença deste espírito. Também os banho de água com sal, são benéficos neste caso. A leitura do salmo 23 é o mais indicado contra o espírito opressivo.

Obsessão

O espírito consegue ficar de maneira tão dominante no corpo astral do indivíduo que pode até mesmo mudar o modo de falar e fazer coisas que normalmente não faria no dia-a-dia. Chega até mesmo a não reconhecer parentes e pessoas próximas de seu convívio. É bom frisar que aqui no Brasil de acordo com o espiritismo ou nas religiões afro-brasileiras como a umbanda e candomblé, existem os fenômenos de possessão de espíritos doutrinadores e iluminados, trazendo ao médium apenas benefícios.

Possessão demoníaca

Neste caso, o espírito toma o corpo da pessoa, fazendo com que ocorram até fenômenos de "poltergeist" (conjunto de fenômenos produzidos espontaneamente, que consiste em ruídos e deslocamento de objetos, podendo ter duração indeterminada).

Exorcismos na Bíblia

O Antigo Testamento, embora reconheça a atuação do demônio a partir da tentação e da queda de Adão no paraíso, praticamente não alude a uma ação maléfica direta do diabo sobre os homens.

Foi no judaísmo antigo que se atribuíram ao demônio intervenções muito concretas na vida cotidiana. O Livro de Tobias (século II a.C.), de influência assíria, narra um exorcismo praticado mediante a oração e utilização das vísceras de um peixe.

No Novo Testamento, que não apresenta modificações essenciais no que se refere ao exorcismo, o Evangelho de Marcos é o que insiste de maneira mais realista nos exorcismos praticados por Jesus e por seus discípulos. Em certos casos, trata-se de expulsar o demônio do corpo de possessos ou lunáticos. Em outros, da cura de enfermidades atribuídas à ação do demônio. Os evangelistas se servem dessas vigorosas ilustrações para demonstrar a vitória de Jesus sobre Satanás e também para mostrar como seu povo se libertou do pecado. "Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso" (João - 12:31). Esses milagres seriam um sinal da instauração do reino de Deus. "Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós" (Mt - 12:28).

Exorcismos na história da Igreja

As curas e os exorcismos foram comuns na igreja primitiva. Com o reconhecimento oficial da Igreja sob o imperador Constantino, os exorcismos carismáticos, realizados informalmente por qualquer cristão, deram lugar à institucionalização da função do exorcista. O Rituale Romanum reuniu mais tarde, diversos ritos de exorcismos para situações variadas. Também as igrejas reformadas estabeleceram tais ritos.

O racionalismo do século XVIII conseguiu explicar muitos mistérios supostamente sobre-humanos, o que também sucedeu, de modo ainda mais intenso, com a descoberta do hipnotismo e da psicologia profunda no século XIX. A Igreja Católica, como também algumas denominações protestantes, admite os exorcismos ordinários, contidos no rito do batismo, como símbolo da libertação do pecado e do poder do demônio. Pratica-se o exorcismo ordinário na bênção da água batismal e na sagração dos santos óleos. Os exorcismos solenes, que têm por objetivo expulsar o demônio do corpo de um possuído, são práticas raríssimas e só confiadas, mediante permissão episcopal, à sacerdotes muito experientes.

O exorcismo católico inicia-se com a expressão latina "Adjure te, spiritus nequissime, per Deum omnipotentem" (eu te ordeno, espírito maligno, pelo Deus Todo-Poderoso). O processo pode ser longo e extenuante, chegando a se estender por vários dias. A possessão está associada ao mal. O processo de libertação é feito de forma dramática e violenta. Os exorcistas recorrem as preces, água-benta, defumadores, essências de rosas e arruda. O sal que é associado à pureza espiritual também é utilizado.

Porém, o cristianismo deste século tem uma atitude dividida em relação ao exorcismo. Por um lado, mantém distância de sua prática, atuando mais próximos a psiquiatras e médicos e autorizando estudos para esclarecer este fenômeno. Mesmo assim, a Igreja oculta os casos confirmados de possessão a prática dos rituais de expulsão. Ainda, o Papa João Paulo II declarou ter aplicado o exorcismo sob uma jovem, em 1982.

Um relatório sobre exorcismo foi compilado pela Igreja da Inglaterra, em 1972, por uma comissão que incluía represen- tantes católicos e um consultor psiquiatra. Apesar de pretender desbancar as possessões, acabou fortalecendo esta idéia quando relacionada à possessão de lugares: "a interferência demoníaca... é comum em lugares não consagrados... assim como em conexão com sessões espíritas".

Porém, este relatório considera exorcismos de pessoas extremamente duvidosos. À luz da Igreja moderna, aqueles que se julgarem possuídos, devem, prioritariamente, procurar a ajuda de um médico ou psicólogo. Recorrer a um sacerdote cristão é considerado último recurso.

O padre Gabrielle Amorth, diz ter realizado aproximadamente 50.000 exorcismos mas considera que somente 84 foram possessões autênticas. O sacerdote diz que os sintomas incluem força física sobre-humana, xenoglossia (a fala espontânea em língua que não foi previamente aprendida) e revelações de segredos sobre as pessoas.

O cânone dominicano Walker, de Brighton, que coordena o Grupo de Estudos do Exorcismo Cristão, lembra de somente sete casos genuínos durante sua vida religiosa: "Normalmente, tudo que é preciso são conselhos e rezas".

O demônio e o exorcismo nas religiões

Católicos

Satanás, líder da rebelião dos anjos contra Deus, é a encarnação do mal que existirá até o fim dos tempos e contra o qual os cristãos devem estar sempre vigilantes. Há sinais que distinguem os endemoninhados, mas a Igreja recomenda que se recorra à avaliação de psiquiatras para evitar confusões com casos de histeria e esquizofrenia.

Anglicanos

O demônio pode ser combatido em orações, hinos e leituras da Bíblia, mas não existe uma cerimônia específica. Os casos de exorcismo são muito raros. Quando ocorrem, o possuído é "tratado" num grupo de orações, que lhe recomenda jejum, abstinência sexual e adoração a Deus.

Judeus

A literatura rabínica clássica não prevê a existência do demônio, por isso a religião não reconhece rituais de exorcismo. Nos séculos XVI e XVII, surgiu a figura do dibuk, espírito perverso que podia ser expulso em ritos de oração. Para a maioria dos judeus, é considerado apenas folclore.

Evangélicos neopentecostais

Todos os males são causados pelo demônio. Há tipos de possessão que estragam a vida amorosa, provocam miséria, perturbam a família. Nos cultos, os endemoninhados são conduzidos ao altar. O pastor grita com Satanás e exige que abandone o corpo em nome de Jesus.

(Fonte: Revista Época)

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Crenças e Doutrinas - Teurgia

Teurgia é uma palavra de origem grega que pode ser traduzida como obra divina (theoi–Deus e ergein-obra) e faz referência a uma modalidade de magia cerimonial que busca através de práticas como orações e rituais incorporar uma manifestação divina no praticante; além de uma aproximação pura e profunda com a divindade em questão.

Teurgia na História

Embora a palavra Teurgia tenha sido aplicada apenas a partir da era romana, as primeiras referências sobre sua prática encontram-se em aproximadamente 10.000 a.C entre os orfistas (adeptos do orfismo – doutrina grega que pregava uma continuidade paradisíaca da existência após a morte) chegando até aproximadamente dois séculos antes da era cristão, quando o texto do Oráculo dos Caldeus especificou instruções distintas para a prática e exercício da Teurgia.

Filósofos neoplatônicos promoveram a Teurgia como uma prática intimamente associada à natureza transcendental. Durante o império bizantino foi citada por Georgios Pletho e Michael Psellus através de referências do Oráculo dos Caldeus. Já na era medieval a Teurgia perdeu sua visibilidade e retornou apenas na renascença através de Cornelius Agrippa, entre outros ocultistas. Nos idos do século XVIII, ganhou notoriedade através de Martinez de Pasqually; posteriormente, rituais teúrgicos foram publicados por Amadou e Ambelain.

Louis Claude de Saitn-Martin, discípulo de Pasqually, através das bases estabelecidas por seu mestre, desenvolveu seu próprio sistema teúrgico e declarou que "Teurgia não é apenas um presente de Deus ao Homem, é uma responsabilidade a qualquer um, desde que sinta o verdadeiro desejo da realização em seu coração; pois Deus oferece ao Homem a oportunidade para ascender tal sentimento em seu coração".

Ritualização

Sob uma definição mais simplista, pode-se compreender que o ritual teúrgico é a manifestação interior do homem através de palavras, orações, meditações e de um desejo intenso de estar associado a Deus.

Segundo seus praticantes, o exercício do ritual teúrgico atinge vários níveis da existência humana como o plano psicológico e, obviamente, o espiritual, através da harmonia plena com Deus. Porém, a transcendência do homem de sua natureza humana é o aspecto mais significativo a ser considerado.

A cerimônia teúrgica oferece ao praticante a liberdade de compor seu próprio ritual de acordo com os princípios legítimos da espiritualidade. Entretanto, pode-se compreender que há uma estrutura central que estabelece algumas noções básicas.

Assim, de acordo com os preceitos teúrgicos, admite-se que a inspiração que motiva o ritual é de origem divina e o homem é o praticante (agente operador) que age em cooperação com a divindade. O sacramento da sagrada sacristia é essencial ao praticante; ou seja, o cerimonial é impraticável se o indivíduo não aceitar em seu espírito a força presente de Deus.

Partindo deste princípio, passa-se aos requisitos básicos que são a motivação, modo de vida e condições ambientais (localidade, clima etc). Em seguida, adota-se quatro virtudes como bases do "templo interior": pureza, amor, fé e remissão. Finalmente, é necessário o estado de oração interior e a manifestação da nipsis (autocontrole da consciência que liberta o espírito de obsessões).

A ritualização efetiva exige uma mesa coberta com um tecido branco (que exerce a função de altar), velas, cruz, incenso, palavras e gestualização do praticante; além do novo testamento expondo o primeiro capítulo do Evangelho de São João.

O início ocorre com o ato de contrição e a expressão do arrependimento seguido da invocação do anjo guardião. Em seguida, passa-se aos louvores e à glorificação; além da verbalização das orações. Finaliza-se com a operação específica (um pedido de cura ou consagração de objetos, por exemplo) e a expressão da gratidão.

Teurgia & Religiões

Sob um ponto de vista mais amplo, pode-se compreender a Teurgia como uma referência básica de ritualização e cerimoniais que se encontra presente em inúmeras doutrinas e religiões. Sua estrutura ritualística, com uma ambientação específica, instrumentos, meditações e verbalização de determinadas orações são encontradas inclusive na liturgia cristã; bem como nas doutrinas neopagãs e religiões orientais.

Portanto, mais que uma prática mágica cerimonial, a Teurgia oferece uma estrutura ritualística simples que se pode aplicar à doutrinas mais distantes entre si e ao mesmo tempo profunda, pois se sustenta na espiritualidade humana e no desejo constante de interagir com a divindade e, de certa forma, divinizar-se também.

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Crenças e Doutrinas - Illuminati


A palavra illuminati tem sua origem no latim e significa literalmente iluminado. No entanto, iluminado é uma expressão muito comum no vocabulário ocultista, principalmente quando se trata de grupos secretos e doutrinas específicas, fazendo referência a uma elevação espiritual da qual seus membros supostamente são dotados.
Dessa forma, ao longo da história, encontram-se vários registros sobre os "iluminados" em culturas bastante distintas. Na Europa medieval, precisamente entre os séculos XV, XVI e XVII, havia "iluminados" na Espanha, Itália e França, sob a alcunha de alumbrados, illuminés e martinistas, por exemplo. Ainda, personagens como Inácio de Loyola estariam envolvidos de alguma forma, ou pelo menos nutriam uma certa proximidade, com um destes grupos. Sob uma abordagem mais ampla, maçons, rosacruzes e templários podem ser incluídos no mesmo ponto de vista.
Naturalmente, devido à poderosa influência da Igreja Católica neste período, algumas destas sociedades secretas foram investigadas e desmembradas pelo implacável sistema inquisitório; anulando, dessa forma, importantes registros históricos sobre suas atividades.
As origens da Ordem
Há pelo menos duas possíveis origens da ordem que atualmente é conhecida por Illuminati. Robert Wilson, autor de O Livro dos Illuminati, afirma que a ordem fora concebida em 1090 por Hassan Isabbah com o nome de Ismaelita (posteriormente conhecidos como Haxixinos devido ao consumo de haxixe) e um propósito ocultista de atingir a imortalidade através de práticas de magia. Esse grupo de Isabbah teria sido aniquilado pelos mongóis de Gengis-Khan sendo que alguns poucos sobreviventes migraram para o ocidente e deram continuidade aos preceitos da extinta ordem.
Outra hipótese refere-se à ordem conhecida por Illuminati da Baviera. Fundado no primeiro dia de maio do ano de 1776 por Adam Weishaupt e Adolph Von Knigge, na região da Baviera, Alemanha, o grupo reuniu pensadores e intelectuais e, dentre seus membros, encontravam-se personalidades influentes da arte e da política.
Inicialmente, auto-intitulados de Ancient and Illuminated Seers of Bavária – AISB (Antigos e Iluminados Profetas da Baviera) e posteriormente conhecidos apenas por Illuminati ou Illuminati Bávaros, o grupo aparentemente não tinha propósitos ocultistas, mas essencialmente iluministas (apesar de serem considerados gnósticos).
No entanto, pode-se dizer que constituía-se como uma "sociedade secreta" pois sua organização, estrutura e quadro de membros não era totalmente revelada. Havia uma espécie de recrutamento ou convite velado à maçons e ex-maçons a fim de compor a ordem, e uma hierarquia distinta em escalas na qual cada membro comprometia-se em obediência ao superior.
A ordem propagou-se em vários países europeus e estima-se ter atingido um número próximo a 2000 membros. Entretanto, devido ao rigor do governo bávaro em relação à manifestações não religiosas, ainda mais às supostas sociedades secretas, a ordem perdeu força e diluiu-se em pouco tempo, sendo encerrada em 1788.
Em outra perspectiva, a Ordem dos Illuminati Bávaros seria apenas um resgate da ordem de Isabbah promovido por Weishaupt; sendo que o próprio Weishaupt seria um estudante de ocultismo.
Conspiração Secular
De qualquer forma, uma grande parte da fama conspiratória adquirida pelos Illuminati ganhou seus primeiros contornos nos anos seguintes, entre o final do século XVIII e início do século XIX. Neste período, seus opositores iniciaram uma "campanha" na qual tentava desvirtuar os propósitos primitivos atribuindo-lhe um caráter revolucionário e conspiratório.
De um modo geral, a tese dos opositores afirmava que havia um plano sendo articulado no sentido de infiltrar membros da ordem Illuminati nos mais elevados postos do poder político e econômico mundial.
O livro Memórias Ilustrativas da História do Jacobinismo, de Augustin Barruél, de 1797, abordava um sistema conspiratório entre Templários, Rosacruzes, Jacobinos e Illuminati, chegando a atribuir à ordem uma participação intelectual significativa na Revolução Francesa em 1789. No ano seguinte, o professor escocês John Robinson publicou Provas de uma conspiração contra todas as religiões e governos da Europa, no qual atribuía aos Illuminati a mecanização de um movimento com o objetivo de anular o poder das religiões e instituir um sistema de governo único sobre todas as nações. Posteriormente, esta obra recebeu o acréscimo de citações do livro de Barruél. Outras sociedades como Skull and Bones (fundada em 1832 nos Estados Unidos) seriam derivadas da Illuminati.
O estadista americano Thomas Jefferson (presidente dos EUA no início do século XIX) foi uma das poucas vozes que destoaram da campanha negativa em relação à Illuminati. Jefferson afirmava que a ordem pretendia introduzir valores morais na sociedade e relacionou seu caráter secreto a uma necessidade devido às imposições religiosas e governamentais da época.
Conspiração Contemporânea
Atualmente, há a idéia de que a ordem não foi extinta no fim do século XVIII; apenas ocultou-se socialmente e ainda influencia as diretrizes que conduzem as maiores potências mundiais.
René Chandelle, autor de Os Illuminati e a Grande Conspiração Mundial, afirma que a ordem nunca se extinguiu e está promovendo o início da Terceira Guerra Mundial através dos conflitos religiosos entre os povos árabes. A mesma obra afirma que os Illuminati têm cinco objetivos principais:
  • erradicar todos os governos de modo que haja apenas uma autoridade mundial (a própria Ordem Illuminati);
  • o fim das propriedades pessoais, para que todos os bens sejam de propriedade do estado Illuminati;
  • eliminar o conceito de nações e patriotismo, para que todos os países sejam componentes de um único império presidido pela Ordem;
  • fim do conceito cristão de famílias, sendo que o amor e o desejo de união sejam mais significativos do que as imposições religiosas;
  • o fim das religiões, para que estas não influam no pensamento e comportamento humano, apenas os ideais Illuminati prevaleçam.
Sob este ponto de vista, os Estados Unidos teriam se fundamentado política e economicamente sobre os supostos ideais nefastos da Illuminati. Uma possível referência seria a simbologia ocultista da pirâmide encabeçada pelo "olho que tudo vê" e a frase "Novus Ordo Seclorum" (Nova Ordem Secular) a um hipotético lema instituído pela ordem.
Ainda, as divisões da bandeira americana (listas horizontais) são equivalentes às divisões da pirâmide impressa. O próprio grande-selo, símbolo do estado americano, traria em si diversas referências enigmáticas aos Illuminati e à Maçonaria: a águia central, a quantidade de penas em suas asas, número de flechas e estrelas e a inscrição latina seriam indícios da influência de sociedades secretas (como a Ordem Illuminati) na fundação e na condução política e econômica de toda a história dos Estados Unidos.
Ainda, fatos históricos como o assassinato de John Kennedy e o acidente fatal de Lady Diana teriam sido manipulados e executados por membros da Illuminati. O RPG de Steve Jackson intitulado INWO (Illuminati – New World Order ou Illuminati – Nova Ordem Mundial), lançado em 1995, faz alusões a acontecimentos futuros na história da humanidade, incluindo duas cartas que representam claramente os atentados de 11 de Setembro de 2001. No entanto, isto não significa que o autor seja um membro da Ordem, mas, ao menos, tinha conhecimento de seus planos.
No Brasil, os Illuminati teriam seus tentáculos inseridos através do grupo intitulado Os Aquisitores. Este grupo teria sido responsável pela renúncia do Jânio Quadros, na instauração do Regime Militar em meados da década de 60 e em outros diversos acontecimentos políticos como mortes misteriosas de homens influentes até a recente eleição presidencial.
Iluminados na Cultura
A Ordem Illuminati é freqüentemente retratada na cultura popular, incluindo cinema, música, literatura, jogos eletrônicos e de tabuleiro. Uma de suas mais recentes e célebres referências encontra-se no livro Anjos e Demônios do escritor americano Dan Brown. Nesta obra, o autor cita a Illuminati como uma ordem secreta que, em uma trama envolvendo poder político, religião e conspiração, busca uma vingança histórica contra a igreja Católica. Outra referência literária é O Pêndulo de Foucault de Humberto Eco, no qual o autor cita várias ordens secretas, incluindo a própria Illuminati.
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Crenças e Doutrinas - Maçonaria

Origem

Especula-se que a Maçonaria teria nascido do trabalho dos construtores de catedrais medievais, que organizavam-se criando sua própria sociedade, a então Maçonaria Operativa. Estes pedreiros deslocavam-se continuamente de canteiros em canteiros (lodges), livres da autoridade das corporações, da nobreza e da Igreja, e sem compromisso de pagarem impostos. Por isto, o nome de Pedreiros Livres (freemasons ou franc-maçon), cuja importância se desenvolveu do século XII ao XIV.

Com o Renascimento, o Protestantismo opõe-se à Igreja Católica, abalando Roma e provocando uma ruptura dentro do Mundo Cristão. Galileu, baseando suas idéias na ciência e na matemática, abriu aos pesquisadores de sua época um novo mundo e provou que o Universo era infinito. A Ciência progrediu rapidamente e uma divisão foi estabelecida entre o dogma da religião e o mundo de razão.

No fim do século XVII, surgiu a idéia de um deísmo que, pouco a pouco, conduziu à noção de um Criador, como "Grande Arquiteto", criando um mundo de acordo com regras imutáveis.

Maçonaria Especulativa (Maçonaria Moderna)

Possivelmente, a Moderna Maçonaria tenha se originado na Escócia para onde foram, segundo algumas lendas, diversos membros templários, fugindo da Inquisição da Igreja Católica. Eles teriam se associado à Guildas Maçônicas passando a estas, vários de seus conhecimentos filosóficos e esotéricos. O próprio Robert de Bruce, o rei que libertou a Escócia da dominação inglesa, pertencia à sociedade maçônica.

Como se vê, a transição da Maçonaria Operativa para a Maçonaria Especulativa (forma como esta organização apresenta-se hoje) dá-se de forma imperceptível. As Lojas de Maçons Operativos foram progressivamente recebendo membros que não pertenciam ao ofício da construção (membros da nobreza, burguesia e clero), que eram chamados de "Maçons Aceitos", e que podiam participar de suas discussões após serem iniciados.

No início do século XVIII aparece a franco-maçonaria moderna, com orientação interna baseada no Livro das Constituições publicado em 1723 por James Anderson, que exerceu influência internacional no pensamento das sociedades modernas, difundindo-se principalmente, nos países anglo-saxônicos.

A evolução da Maçonaria Especulativa é marcada, então, por uma secularização característica contendo, de acordo com a ideologia das Constituições de Anderson, um fundamento no qual todos os homens parecem concordar: o deísmo, que é uma forma de religião natural, livre de todo dogma e que busca a felicidade em qualquer lugar. Outro fato importante que influencia a maçonaria no século XVIII, é a tendência à universalidade que se manifesta por uma abertura muito próxima aos pensamentos dos Iluministas, caracterizados pelo respeito à tolerância e à fraternidade. A Revolução consagrou este estado de espírito, manifestado por muitos maçons, com a defesa dos Direitos Humanos e do Cidadão, a luta incansável contra toda forma de escravidão, e a rejeição de todo o dogmatismo.

A maçonaria teve influência decisiva em grandes acontecimentos mundiais, tais como a Revolução Francesa e a Independência dos Estados Unidos.

Maçonaria - Características Gerais

A Maçonaria trata-se de uma associação semi-secreta, difundida no mundo todo, que adota os princípios de fraternidade e da filantropia entre seus membros. Ela é considerada semi-secreta devido ao conhecimento mundial de sua existência, embora muitos aspectos permaneçam ocultos aos não membros de sua sociedade. No cotidiano os maçons se comunicam através de sinais secretos, senhas e cumprimentos especiais.

Ela é composta de homens que se iniciam através de rituais, incluindo juramentos de fidelidade e uma série de simbolismos, onde a moral, a fraternidade e a retidão são representadas pelo livro sagrado, pelo compasso e pelo quadrado.

Os Maçons são divididos e organizados em Lojas. Existem as Grandes Lojas (normalmente distribuídas por Estados) que são responsáveis pela jurisdição das menores Lojas (também chamadas de Lojas Simbólicas, distribuídas por cidades, ou em alguns casos, bairros ou comunidades). Em suma, Loja Maçônica, é o lugar ou a reunião em que se congregam os Maçons para um trabalho específico.

Para ser um maçom, o indivíduo não precisa ser de uma específica religião, raça ou segmento social. Ele precisa apenas acreditar em um ser único e supremo, do qual os Maçons chamam de "Grande Arquiteto do Universo", ou simplesmente Deus. Além disso, é preciso ser de boa índole e caráter, adorador da ordem e da justiça, em outras palavras, ser um cidadão exemplar. Um Maçom indicará o possível integrante, para seu Mestre. Esse novo integrante será investigado minuciosamente para que não haja dúvida de que é um homem íntegro. O Mestre irá analisar o pedido de ingresso, juntamente com os outros Maçons da Loja, que farão uma votação para decidirem se o novo integrante será aceito na Ordem. Após ter ingressado na sociedade, qualquer deslize moral ou das regras impostas que o integrante venha a cometer, será extinguido e o Maçom que o indicou poderá ser punido. Todo Maçom deve seguir a doutrina histórica, também chamada de Landmarks (Veja o Texto Complementar Landmarks).

Antes de 1893 a filiação maçônica só era facultada aos adultos do sexo masculino. Naquele ano uma Loja da França procedeu à admissão de uma mulher em seus quadros, episódio que deu origem a Lojas Maçônicas mistas, que se reuniram e formaram a ordem mista internacional "O Direito Humano". Posteriormente outras Lojas mistas foram surgindo e hoje existe até mesmo Potência Maçônica Feminina. Mas atualmente, ainda há restrição para o sexo feminino ingressar na Maçonaria. Para saber mais, veja a matéria Grão-mestres de saia da revista Isto É.

O aprendizado maçom está dividido por etapas. Cada etapa é desenvolvida numa Câmara própria, com seus respectivos graus. A Maçonaria universal compreende basicamente os graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre que são das Lojas Simbólicas (1º ao 3º grau). Além dela existem: Lojas de Perfeição (do 4º ao 14º grau), Capítulos (do 15º ao 18º grau), Conselhos de Kadosch (do 19º ao 30º grau), Consistórios (31º e 32º graus) e Supremo Conselho (33º grau). Para maiores detalhes de cada uma, veja o Texto Complementar Hierarquia Maçônica.

Os ensinamentos maçônicos são ministrados através de rituais que, contém princípios de todas as "Artes Iniciáticas", como o hermetismo, a cabala, o simbolismo, além dos conceitos tradicionais sobre as cores, os números e as lendas antigas. Nos ritos maçônicos fundem-se o simbolismo das Iniciações primitivas, os ensinamentos Rosa-Cruzes dos antigos filósofos, do pitagorismo, dos templários, do judaísmo, do cristianismo, etc., daí a sua riqueza fora do comum, se comparada a outras instituições fraternas.

Há séculos, a Maçonaria sofre um certo preconceito, principalmente de algumas religiões. Isso se deve à idéia de associação misteriosa e secreta que a Maçonaria passa para os leigos. Desse modo, já foi associada à seitas satânicas, práticas macabras e até mesmo à grandes conspirações.

Segundos os próprios maçons, o objetivo da Maçonaria é fazer com que seus adeptos, sejam homens que busquem a evolução espiritual e intelectual, contribuindo com a humanidade, e ajudando seus semelhantes a também evoluírem em suas vidas. Mas para muitos, a Maçonaria continua sendo uma incógnita, assim como seus verdadeiros intuitos; transformando-se deste modo, num alvo de grande curiosidade, que continuará alimentando a imaginação das pessoas através dos séculos.

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Crenças e Doutrinas - Luciferianismo

O Luciferianismo é uma doutrina derivada do Satanismo, que busca virtudes como iluminação, sabedoria, orgulho, independência e liberdade de sua principal divindade, Lúcifer. Ao mesmo tempo é subjetivo, baseado em experiências e aceitação pessoais, sofrendo influências de outras crenças. Assim, não possui uma base rígida de dogmas a serem seguidos, sendo transmitido oralmente e praticado, geralmente, de forma individual.

Historicamente, não há uma origem precisa sobre o início do Luciferianismo. Mas há um conjunto de conceitos que se desenvolveu ao longo dos tempos em várias culturas distintas e resultou no Luciferianismo conhecido atualmente.

As serpentes e os dragões, que são representações de Lúcifer em várias culturas, são também símbolo de sabedoria e eternidade. Estes animais eram alvos de adoração no Egito, Babilônia, Pérsia, e entre os Incas americanos. Assim, podemos supor que esta filosofia já era praticada há muitos séculos.

Na Bíblia podemos encontrar várias alusões à serpente: "Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal" (Gênesis – Cap. III – Versículo V). Neste versículo, a serpente induz Eva a comer o fruto no Éden. Mas segundo a interpretação dos luciferianistas, encontra-se claramente a simbologia da serpente como portadora da chave que possibilita o homem tornar-se Deus.

Ainda, na Europa medieval, precisamente no ano de 1223, havia boatos sobre um grupo conhecido como Luciferianos. Na verdade, esta "seita" era composta apenas por pessoas que recusavam-se a pagar os impostos exigidos pelo Clero, e por esse motivo foram acusados de "adoradores do demônio" e, obviamente, vítimas da Santa Inquisição. Embora isso seja apenas um boato, ainda hoje é usado como um argumento metafórico pelos luciferianos.

Deístas e Agnósticos

Num aspecto geral, o Luciferianismo pode ser subdividido em duas categorias, nas quais as denominações variam e não são tão significativas para sua compreensão. As modalidades são conhecidas como Deísta e Agnóstico, Tradicional ou Moderno (termos absorvidos do Satanismo), etc.

Os adeptos do Luciferianismo Deísta identificam Lúcifer como o criador do universo, um ser onipresente e onipotente. Neste caso, Lúcifer assume as características principais de uma divindade.

Os luciferianos agnósticos vêem Lúcifer como um arquétipo, ou seja, uma referência de virtudes que são visadas por seus adeptos. Esta variação é nitidamente influenciada pelo Satanismo moderno promovido por Anton LaVey, no qual não há uma divindade específica, mas cada indivíduo eleva-se a ponto de considerar-se "seu próprio Deus". Este conceito também nos remete a ideologia do Thelema, tendo como seu principal divulgador o ocultista, Aleister Crowley.

Mas em todas as variações, Lúcifer é visto como um ser que abriga em si os opostos entre Luz e Trevas, e por conseqüência, o equilíbrio entre os pólos. Este conceito é totalmente contrário a muitas religiões que possuem figuras que representam os arquétipos de bem e mal de forma distintas. A aceitação de uma única referência que é paralelamente Luz e Trevas, segundo os adeptos, é a principal diferença do Luciferianismo em relação aos outros sistemas religiosos. Dessa forma, não há um confronto entre "Deus x Diabo"; ao contrário, há uma união dessas forças que são igualmente responsáveis e necessárias para a evolução humana.

Quem é Lúcifer?

Desde a Antiguidade, passando pelos filósofos e desembocando na figura conhecida erroneamente como o "demônio cristão", diversos personagens da mitologia e divindades cultuadas em inúmeras e distantes culturas, possuem alusões a seres, sejam arquétipos ou concretos, que trazem consigo as características conhecidas em Lúcifer. A literatura contemporânea também o aborda amplamente, como as citações ocultistas de Helena Blavatsky e Eliphas Levi, e na obra poética de John Milton, Paradise Lost.

Segundo o mito cristão, Lúcifer era o mais forte e o mais belo de todos os Querubins e conquistou uma posição de destaque entre os demais. Porém, Lúcifer tornou-se orgulhoso de seu poder e revoltou-se contra Deus. O Arcanjo Miguel liderou as hostes divinas na luta contra Lúcifer e os anjos o derrotaram e o expulsaram do Reino do Céu. Mas a idéia de que Lúcifer rebelou-se contra o Criador e foi expulso também está presente em outras culturas, além do Cristianismo.

Por ser o "Portador da Luz", na Roma Antiga, Lúcifer foi associado ao planeta Vênus que, devido sua proximidade com o Sol, pode ser visto ao amanhecer. O anjo também é chamado de "Estrela da Manhã" e "Estrela d’Alva". Na Mitologia Romana era o filho de Astraeus e Aurora, ou de Cephalus e Aurora. Entre os gregos, Lúcifer pode ser associado com Apolo, o "Deus do Sol".

Nos estudos da Demonologia, diferentes autores atribuem a Lúcifer características comuns. No Dictionaire Infernale (1863) e no Grimorium Verum (1517), é o "Rei do Inferno" responsável por assegurar a justiça. No O Grimório do Papa Honório (século XVI ou XVII), Lúcifer também assume a função de "Imperador Infernal". Lúcifer também é cultuado numa variação da Wicca, sendo visto como o Deus do Sol e da Lua dos antigos romanos.

Luciferianismo & Satanismo

Apesar de popularmente Lúcifer e Satã serem quase sinônimos e esta idéia estender-se ao Satanismo e ao Luciferianismo, há diferenças primordiais entre eles e, por conseqüência, aos sistemas religiosos que os cercam.

Ao longo dos séculos, estes dois personagens também foram representados artisticamente de formas distintas. Por ser um anjo, Lúcifer, é comumente retratado como um homem com asas e, por vezes, empunhando um cajado. Enquanto Satã tem sua imagem associada ao homem com chifres e patas de cabra, muito semelhante ao deus Cornífero (ou Pã), divindade masculina e símbolo de fertilidade cultuada entre os pagãos.

Mas, talvez a maior e mais significativa diferença entre ambos os conceitos, encontra-se na origem das palavras. O termo Lúcifer origina-se no latim e significa "O portador da Luz" (Lux ou Lucis = Luz + Ferre = Carregar). A palavra Satã origina-se no hebraico, Shai'tan, e significa "Adversário"; podendo ser também uma variação do nome da divindade egípcia Set-hen. Dessa forma podemos deduzir que, genericamente, o Luciferianismo busca a Iluminação através de Lúcifer. Enquanto o Satanismo pode caracterizar-se pela oposição, neste caso, ao cristianismo. Assim, os luciferianos consideram que sua filosofia é um "aprimoramento" do Satanismo, apesar de não ser tão conhecido quanto a doutrina promovida por LaVey.

A combinação da imagem de Lúcifer ao "demônio cristão" foi ocasionada por uma interpretação equivocada do livro de Isaías: "Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E, contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo" (Isaías – Cap. XIV – Versículo XII a XV).

Este trecho narra as intenções do rei da Babilônia que almejava tornar-se maior que Deus, mas São Jerônimo, que ao traduzir a Bíblia do grego para o latim no século IV, associou esta passagem com Lúcifer e à serpente tentadora, ou seja, a simbologia do diabo cristão. Anteriormente, Lúcifer não havia essa relação. Tanto que, oficialmente, a Igreja não atribui a Lúcifer o papel de diabo, mas apenas a condição de "anjo caído".

Magia, rituais e pactos luciferianos

O Luciferianismo adotou diversas práticas ritualísticas e cerimoniais de outros sistemas mágicos, caracterizando assim, uma corrente de idéias próprias com objetivos distintos nesta doutrina. As influências sobre o Luciferianismo variam de antigos rituais pagãos até os conceitos contemporâneos do Satanismo.

Podemos citar como exemplos as chamadas práticas Internas e as práticas Externas, que subdividem-se em Herméticas e Cerimoniais. A Magia(k) (termo derivado da filosofia thelêmica) Interna é mais comum entre os luciferianistas, pois atua diretamente no estado de consciência e no espírito do praticante. A Magia(k) Externa é mais complexa e elaborada, exigindo uma série de fatores como dia e horários pré-estabelecidos, um local adequado, vestimentas e instrumentos próprios para efetuar mudanças no plano físico.

Neste caso, pode ser praticada solitariamente (Hermética) ou em grupo (Cerimonial). Mas ambas são igualmente importantes entre os luciferianistas, e o sucesso de uma modalidade interfere na outra.

É falso o conceito das chamadas Missas Negras, as quais seriam paródias blasfêmicas das liturgias católicas, utilizando-se de urina e fezes para substituir a hóstia e o vinho, recitando orações ao contrário e promovendo orgias entre os praticantes. Também é irreal a idéia de sacrifício humano ou animal. Neste caso, há apenas um sacrifício simbólico. Há ainda o conceito do "pacto com o diabo" (muito comum na crendice popular), no qual o praticante "vende a alma pro diabo" em troca de riquezas e sucesso. Sob a ótica luciferianista, o único pacto aceitável é o compromisso consigo próprio de buscar a iluminação espiritual utilizando-se da força da própria vontade.

Por Spectrum

Fonte principal: http://luciferianism.cjb.net - Lilith Ashtart - For my Fallen Angel HP


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Crenças e Doutrinas - Satanismo

O termo Satanismo sugere várias interpretações. Desde a Idade Média, é usado para designar as crenças do período pré-Cristão ou as religiões não cristãs, como a Wicca. Há ainda conotações contemporâneas associando o satanismo a uma filosofia, adoração ao Diabo etc.

Fundamentalmente, o Satanismo é um estilo de vida de aplicação prática. Sua essência baseia-se na idéia de que cada ser humano, em sua individualidade, é uma divindade; capaz de alcançar altos níveis de evolução, desde que não esteja preso a nenhum dogma religioso que subtraia seus reais valores primitivos. Portanto, cada indivíduo tem a liberdade espiritual e filosófica de criar e desenvolver seus critérios, sendo ele seu próprio sacerdote, salvador e deus. Neste caso, o Satanismo não está associado à adoração ao Demônio ou oposição ao Cristianismo.

Alguns tipos de Satanismo

Luciferanismo

O Luciferanismo pode ser considerado uma derivação da filosofia empregada no Satanismo. Seus seguidores não cultuam Lúcifer (Lúcifer é visto como um Anjo, e não como a personificação do mal no cristianismo), mas o vêem como uma referência para alcançar a Iluminação Espiritual. Sendo que a origem de seu nome significa Portador da Luz.

Satanismo Gótico

Neste caso, o termo Gótico é sinônimo de Medieval. Esta variação faz parte apenas das lendas criadas na Idade Média pela Igreja Católica para atemorizar os cristãos e servir de acusação nos processos inquisitórios. O caso das Bruxas de Salém em 1692, é um exemplo. Nesta variação lendária do Satanismo, seus adeptos sacrificavam crianças e animais em rituais de magia destrutiva.

Dabblers Satânicos

Está principalmente associada aos modismos adolescentes. Seus adeptos ensaiam rituais esporádicos de magia utilizando-se do sacrifício de pequenos animais. É essencialmente uma forma de anticristianismo, onde os Dabblers (aficionados) adoram o demônio conhecido no cristianismo e se camuflam sob uma condição que julgam satânica. Igualmente chamado de Devil Worshippers (Adoradores do Demônio), também está associado a delinqüentes que alegam cometer os crimes motivados por Satã.

Satanismo Religioso

É a forma mais difundida de Satanismo. Possui dogmas e a bíblia satânica. Também abriga aspectos místicos e cerimoniais, como batizado e casamento, que o caracterizam como uma religião. Porém, não há uma divindade cultuada nem conceitos sobre céu e inferno, bem e mal ou deus e diabo. A Church of Satan e o Temple of Set são exemplos do satanismo religioso.

Anton LaVey e a Igreja de Satã

Anton Szandor LaVey nasceu na cidade de Chicago, em 11 de abril de 1930. Esta é uma das poucas informações coerentes sobre sua vida. De resto, há um grande conflito em sua biografia. LaVey teria recebido ensinamentos ocultistas de sua avó cigana. Ainda teria viajado para a Alemanha ao lado de um tio, e trabalhado em circos, cabarés e até mesmo na Polícia de San Francisco. LaVey também teria vivido romances com as atrizes Marilyn Monroe e Jayne Mansfield.

Em 30 de abril de 1966, foi fundada a Igreja de Satã (Church of Satan) por Anton LaVey. Apesar de já haver grupos como o Hell Fire Club e o Abbey of Thelema, que cultivavam uma linha semelhante, a Igreja de Satã foi a primeira organização reconhecida como religião dedicada às filosofias satânicas, e considerada a precursora do satanismo moderno. É provável que o nome Church of Satan tenha sido adotado como uma forma de causar um impacto polêmico e chamar a atenção da imprensa. As "Missas Satânicas", que eram paródias das missas cristãs, possivelmente foram criadas com o mesmo objetivo. Portanto, seriam apenas recursos publicitários empregados por LaVey.

Assim, a Igreja de Satã recebeu uma atenção muito grande por parte da sociedade e da imprensa americana, logo atingindo uma notoriedade mundial. LaVey passou a ser considerado o Papa Negro e sua esposa Diane Hegarty, foi nomeada Suma Sacerdotisa.

Em 1º de fevereiro de 1967, ocorreu em San Francisco a cerimônia de casamento entre John Raymond, jornalista político, com Judith Case, filha de um conhecido advogado de Nova York. Apesar de não ser o primeiro casamento satânico realizado por Anton LaVey, a fama de John e Judith serem de famílias abastadas, despertou grande interesse e a cerimônia tornou-se um evento amplamente coberto pela imprensa.

Em maio do mesmo ano, LaVey conduziu o batismo de sua filha de três anos, Zeena. Foi o primeiro batismo satânico da história. Zeena vestia um manto vermelho e usava um medalhão com a imagem de Baphomet, enquanto seu pai recitava uma invocação que futuramente foi incluída no livro Satanic Rituals.

Em 1969, a Igreja já contava com 10 mil adeptos em todo o mundo. Anton LaVey publicou The Satanic Bible, que se tornaria a principal referência do Satanismo. Ainda seguiram-se The Compleat Witch em 1970 (posteriormente revisto e editado como The Satanic Witch) e em 1972, The Satanic Rituals.

A Igreja desenvolvia sua estrutura e hierarquia nas décadas de 70 e 80. Em 1984, Anton LaVey separa-se de Diane e sua filha Zeena ocupa a posição de Suma Sacerdotisa. Nesse período, as Missas Negras e outras cerimônias deixam de ser realizadas devido a intolerância de grupos cristãos. Anton LaVey passa a administrá-la apenas através do Boletim Oficial The Cloven Hoof. Em 1988, este informativo foi extinto e algumas publicações independentes tornaram-se a forma de interagir os adeptos em diversas partes do mundo. Ainda houve um grupo que se desligou da Igreja e formou o Temple of Set (relativo à divindade egípcia Set). Anton LaVey faleceu em outubro de 1997 devido a um edema pulmonar. Atualmente, a Igreja é presidida por Peter Gilmore.

Baphomet, Pentagrama e a Cruz Invertida

Em meio às diversas polêmicas que compõem o tema do satanismo, alguns pontos não ficam totalmente esclarecidos. Por exemplo, a representação de uma cabra com corpo humano encontrada nos cultos do satanismo religioso é denominada Baphomet, que já era conhecida desde os tempos pré-cristãos. Portanto, não possui nenhuma relação com o demônio conhecido no cristianismo. Para os satanistas, Baphomet é uma energia da natureza que os motiva a conseguir seus objetivos. Neste caso, a cabra com corpo humano e asas simboliza força, fertilidade e liberdade, características muito valorizadas pelos povos pagãos.

O pentagrama é um símbolo encontrado originalmente nas culturas pré-cristãs com diversos significados. No caso do satanismo religioso, é utilizado com duas pontas voltadas para cima, simbolizando a face de Baphomet.

A origem da cruz invertida nos remete a São Pedro, que não se julgava digno de morrer como Jesus e pediu para ser crucificado de cabeça para baixo. Este símbolo é encontrado na Basílica do Vaticano, no trono ocupado pelo Papa, etc. Porém, a Cruz invertida também foi adotada por grupos que se intitulam satanistas ou anticristãos.

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Crenças e Doutrinas - Thelema

A Filosofia

A palavra Thelema (pronuncia-se Télema) tem origem grega e significa Vontade ou Intenção. Mas este termo é associado a uma doutrina registrada pela primeira vez na literatura no século XVI. No ano de 1532, François Rabelais cita em sua aventura épica Gargantua e Pantagruel, a fundação de uma abadia de Thelema. Segundo o autor, uma doutrina que se chocava com os ideais católicos da época.

A proposta do Thelema está baseada essencialmente na liberdade e individualidade humana; ou seja, o cultivo e satisfação plena das próprias vontades. Estas bases ficam evidentes nos principais conceitos que regem: "Faça o que tu queres, pois há de ser tudo da lei"; "Todo homem e toda mulher é uma estrela"; "Tu não tens o direito, se não fazer a tua vontade..." Para os adeptos, estes princípios sintetizam a doutrina.

No Thelema toda ação individual é válida, pois é necessária a evolução. Porém, é importante que cada indivíduo descubra-se interiormente pela própria espiritualidade e una-se ao seu Ego através do amor. Desta forma descubra a Vontade Verdadeira que existe em si, e que é a motivação real da existência. A busca e o exercício da Vontade Verdadeira é a ação que move o ser em direção a iluminação. Por ser única, esta Vontade não colide com a Vontade alheia. "O Amor é a Lei sob a Vontade..." Portanto, cada ser da criação é único e especial; possui vontades e necessidades únicas que devem ser supridas.

Por estar fixado em conceitos pessoais, o Thelema pode variar muito em sua interpretação entre os adeptos; já que a vontade individual é o principal mecanismo de busca da auto-satisfação. Por esse motivo não é considerado uma religião, já que não existe uma divindade central específica; pode abrigar vários tipos de crenças e funcionar como um complemento da religiosidade, de acordo com a vontade do indivíduo. Porém, em seu desenvolvimento ao longo dos anos, o Thelema tornou-se um sistema mágico com características próprias; agregando em si correntes como a Draconiana, Tifoniana e Ofidioniana. Também influenciou outros sistemas como a Magia Ritual, Magia Sexual e as Artes Divinatórias.

A doutrina foi citada por vários pensadores e estudiosos em inúmeras publicações no decorrer dos séculos. Mas se expandiu apenas por volta de 1938, quando o inglês Aleister Crowley publicou o Liber Al vel Legis.

Atualmente, o Thelema é visto com uma certa hostilidade por aqueles que o conhecem superficialmente. O nome de Crowley está muito associado a esta doutrina, e os mitos que cercaram sua vida prestam uma imagem negativa a esta doutrina. Além disso, a noção libertária dos conceitos thelêmicos pode transmitir um falso aspecto egoísta, onde valoriza-se exageradamente a própria vontade e menospreza-se o altruísmo. Na verdade "O Amor é a Lei sob a Vontade", e "Todo homem e toda mulher é uma estrela..." Aqui fica evidente que o Amor se sobrepõe aos outros valores, e a individualidade humana é divinizada, respeitada por que cada um é uma estrela.

Crowley: Breve Biografia

Edward Alexander Crowley nasceu em 12 de Outubro de 1875, em Leamington, Inglaterra. Recebeu de seus pais uma rígida educação cristã, da qual hostilizava desde a infância. Freqüentou o Trinity College da Universidade de Cambridge e formou-se em química.

Crowley conheceu George Cecil Jones, membro do Amanhecer Dourado: uma sociedade secreta que transmitia ensinamentos relativos à astrologia, magia, cabala, alquimia e outros temas herméticos. Assim, aos 23 anos foi iniciado nesta sociedade e rapidamente elevou-se em sua hierarquia. Numa viagem ao Egito em 1904, Crowley e sua esposa vivenciaram as experiências que resultariam no livro da filosofia thelêmica, o Liber Al vel Legis.

Após a morte de sua filha em 1906, Crowley reuniu-se novamente com Cecil Jones e criou a Astrum Argentium: uma ordem iniciática que dava continuidade ao já extinto Amanhecer Dourado. Aqui foram implantados e difundidos os primeiros conceitos do Thelema. Nos anos seguintes, Crowley dedica-se aos estudos, escreve e publica vários livros de cunho poético-místico.

Em 1909, Crowley e Rose Kelly se separam. No ano seguinte, o inglês é convidado por Theodore Reuss e ingressa na Ordo Templi Orientis (O.T.O): uma ordem alemã composta dos mais elevados Maçons. Assim, teve a oportunidade de desenvolver a filosofia thelêmica na O.T.O, que posteriormente se desligaria totalmente da Maçonaria.

Em 1910 escreve o Liber CCCXXXIII, que seria publicado em 1913 e maldosamente classificado como o Livro das Mentiras. Nos anos posteriores, prossegue escrevendo e publicando várias obras relacionadas ao ocultismo. Em Abril de 1920, Crowley funda a Abadia de Thelema, na Sicília, Itália. Ordem que seria extinta em três anos, quando Mussolini o expulsaria do país.

A publicação de Confessions of Aleister Crowley em 1930, proporcionou ao autor a oportunidade de conhecer pessoalmente o poeta lusitano Fernando Pessoa, que também era astrólogo. Pessoa enviou uma carta a Crowley avisando-o que seu mapa astral estava incorreto. O inglês respondeu e manifestou sua vontade de conhecer o poeta. Assim, o encontro deu-se no porto de Lisboa. Nos anos seguintes, suas publicações mais significativas foram o Liber Al vel Legis, em 1938, e em 1942 o Liber OZ: manifesto dos direitos e deveres do homem; muito semelhante ao que ainda seria criado pela ONU.

Crowley passou grande parte de sua vida viajando, escrevendo e estudando diversas culturas ocultistas, bancado pela herança de sua família e doações de amigos e discípulos. Demonstrava um ávido desejo de sabedoria. Foi intelectualmente privilegiado, destacando-se desde a infância, quando lia a bíblia em voz alta e era prodígio nas disciplinas escolares, até os elevados graus que alcançou nas sociedades secretas que participou em todo o planeta. Vários de seus discípulos deram continuidade ao seu legado, criando ordens ao redor do mundo e estabelecendo um novo rumo dos pensadores contemporâneos, influenciando de forma significativa o universo ocultista e artístico desta época.

No Brasil, Raul Seixas e Paulo Coelho são frutos diretos do legado de Crowley. Entre outras, as músicas A Lei e Sociedade Alternativa (de autoria de ambos), não apenas mencionam, mas dissertam sobre os conceitos do mago inglês.

Edward A. Crowley incorporou vários pseudônimos criados por ele mesmo (incluindo Aleister, Mega Therion, 666, A Besta...), ou atribuídos pela imprensa, como: O Homem mais perverso do mundo. Teve uma vida polêmica que se opôs aos conceitos puritanos e retrógrados de sua sociedade. Morreu pobre e doente aos 72 anos, no dia 1º de dezembro de 1947 em Hastings, Inglaterra, vítima de bronquite e complicações cardíacas.

Liber Al vel Legis

Em Abril de 1904, Crowley e sua esposa Rose Kelly viajaram para o Egito. Neste período, Rose passou a entrar em transe repentinamente e declarar que a divindade egípcia Horus tentava comunicar-se com Crowley através dela.

Assim, o casal visitou o museu do Cairo e identificou a Estela da Libertação: um painel egípcio da 26º Dinastia onde um sacerdote oferece sacrifício ao deus Horus. Este fato foi uma revelação mística interpretada por Crowley. Dessa forma, ouvindo os ditos de Rose em estado meditativo, que falava em nome da divindade Aiwass, deu início ao trabalho que duraria três dias consecutivos, sempre entre as 12 e 13 horas, e se tornaria o Liber Al vel Legis (Líber Legis ou Livro da Lei), onde Thelema é citado como a palavra de ordem.

Durante 34 anos, Crowley estudou o significado do Liber Legis, publicando-o apenas em 1938. Este é o seu primeiro livro de princípios místicos. Possui uma linguagem simples mas interpretativa, onde é necessária muita aplicação para uma compreensão mínima. Além disso, o livro cita em suas entrelinhas algumas profecias e fatos ocorridos na história da humanidade.

Segundo o Livro da Lei, os deuses se revezam na condução dos destinos dos planetas por um período de 2000 anos. Cada um de seus três capítulos faz referência a uma era (Aeon) da evolução humana. O primeiro capítulo caracteriza o Aeon de Ísis: regido pelo arquétipo da divindade feminina. Quando o Universo é concebido como alimento direto da deusa.

O segundo capítulo está relacionado ao Aeon de Osíris, onde predomina o arquétipo do deus morto e o domínio das religiões patriarcais (talvez uma alusão ao Cristianismo). Neste período que se inicia aproximadamente em 500 a. C., a humanidade sofrerá as revoluções necessárias e inerentes à sua evolução: catástrofes, amor, morte e ressurreição.

O terceiro e último capítulo descreve o início do Aeon de Horus, filho de Isis e Osíris. Neste período que é inaugurado em 1904, cada ser se caracterizará como célula única da humanidade, e o desenvolvimento individual será essencial para a iluminação do coletivo. Este é o período do crescimento da criança (humanidade) através de suas próprias experiências. A Lei é a Vontade, que será revelada integralmente, e o Thelema se estabelecerá como a bússola da espiritualidade humana.

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